sábado, 31 de maio de 2008

o Inesperado

Eu já sei. É só não esperar que algo extraordinário acontece. E foi isso que fiz nos últimos 15 dias. Resolvi dar um basta em tudo que me fazia esperar e, consequentemente, sofrer. Comecei por barrar ligações e mensagens que me tiravam o sossego, de tanto que eu ficava olhando o celular o dia inteiro. Depois passei a responder qualquer mensagem só um dia depois de tê-las recebido. Uma forma de auto-controle. Sou muito ansiosa. Inacreditável como funcionou! Passei a me sentir mais leve e segura de mim. Não foi só isso. Aquele alguém de quem tinha falado logo alí embaixo deu o ar da graça, assim, de repente, na tarde de ontem. Veio de Maceió até aqui para negociar o novo trabalho. Está quase tudo encaminhado, e mesmo tendo outra proposta em Recife, prefere que dê certo aqui. Será que euzinha tenho algo a ver com a história? Penso que sim. Passei uma tarde entre encantamento e realidade. Olhava para aquela figura e não cria que estava bem ali na frente, vindo do nada. Conversávamos coisas profundas num tom de descontração. Senti um inteiro entendimento. Não fizemos qualquer promessa. Vamos deixar tudo por conta da vida. Nos parece, até agora, que essa tal vida nos aproxima cada vez mais. Ah! Ninguém acreditaria o tanto que percorrremos para um dia passarmos essa tarde de sexta-feira conversando. Primeiro foram os anos que nos separaram, depois foram os meses e agora só faltam dias. Se é que vai dar certo...

"Mas eu olhava esse menino, com um prazer de companhia, como nunca por ninguém tinha sentido(...). Fui recebendo em mim um desejo de que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo"...
G. Rosa. Grande Sertão: Veredas

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Quase metade do mês de maio e nada de extraordinário acontece. A novidade é ter conhecido uma pessoa que quase se encaixa no meu atual perfil de príncipe encantado. É um homem mais velho que eu (ah, como eu queria isso...chega de garotos), está terminando o doutorado( tem horas que fico quase louca), já foi casado, tem um filho na mesma faixa etária da minha mais velha. Esses são os pontos positivos. Vamos aos negativos: não fuma (para mim que sou fumante isso é um transtorno e para ele deve ser também), é muito individualista e pouco sociável. Começo a pensar que não vai dar certo. Parar de fumar eu posso, mas ele consiguirá gostar de pessoas e praia? Em cárcere privado é que não pretendo passar meus dias. Gosto da solidão, mas também gosto do agito. Ele parece que só se sente bem na gaiola. Não sei, não sei. Esses últimos dias pensei um bocado sobre isso. Não quero outra vez gastar tempo e energia com alguém que não valha a pena. Vou levando, mas confesso que não estou nem um pouco empolgada. Bem, pode ser um bom sinal. Sempre que fui com sede ao pote não encontrei nem uma gota d'água.
Mudando do afetivo para o profissional: tudo está do mesmo jeito, parado, sem perspectiva, sem um tio ou primo que trabalhe num jornal ou revista (o velho QI), e sem vontade nenhuma de encarar empreguinhos mal remunerados. Mas é aquilo: quando se está em guerra não se escolhe o que comer, então o que aparecer eu traço. Sem mais, acabou-se por hoje.