quarta-feira, 24 de março de 2010

Então sinto como se eu estivesse com todos os meus pedaços soltos por aí. Um para cada lado. Um para cada gente que passou pela minha vida. Vejo-me como bexigas flutuandos no ar, milhares delas. Lembranças e vivências espalhadas...Cada um me vê de um jeito, cada um me trata de um jeito. O que mais fica em mim são as delicadezas experimentadas, geralmente proporcionadas por quem ficou um tantinho de nada ao meu lado. Assim é que lembro de você, toda vez que vou usar a torneira da pia da cozinha. Mais que delicadeza. Atenção, cuidado, disposição para fazer algo por mim. Você, saindo no sol escaldante para encontrar uma torneira nova. Você, que viu a torneira pingando, sem chance de conserto. Não poderia só ter ido embora fingindo que não percebeu o pinga-pinga? E naquele dia estava indo para não mais voltar, e sabíamos disso... Deve ter sido proposital. Você talvez também se sinta como eu... Pedaços por aí...

sábado, 20 de março de 2010

Sem Ilustração

Eu ia escrever sobre a morte hoje. Sai de casa, de manhã, quase morta, morta de paixão. Andei porque tive que andar, mas não tinha vontade. Nem de andar nem de nada. Eu sentia tudo necrozado por dentro. Morrendo de paixão não correspondida. E morri, morri durante toda essa semana que passou, morri hoje, e não foi só uma vez. Já acordei morrendo. E eis, que, para minha surpresa, termino meu dia, bem aqui, agora, vivendo. Estou vivendo de paixão. E talvez amanhã eu volte a morrer, mas hoje vivo. Agora explodo. E o que é outra coisa, minha vida, senão explosões?

terça-feira, 16 de março de 2010

Meu mundo dança

" (...) Conforto alucinante, tranquilidade na clareira do caos
O ponteiro, ele rodou mais rápido no mesmo relógio de ontem
O que as horas guardam nos espaços do contra-tempo?


O desejo é um tempo parado

É quando se trocam as datas dos bichos e das flores
É quando aumenta a rachadura da velha parede
É quando se vira a folha, a folha da história
É quando se pinta um fio branco na cabeleira preta
É quando se endurece o rastro de sorriso
No canto dos olhos
Eu sei que a viagem é longa
A voz vai e vem
Você ta aí?
Você ta aí?
Ei, voce está aí?


Vontade de abraçar o infinito."

(Música Meu mundo, do cd Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, do Otto)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tristeza da porra. Deve ser todas as ressacas juntas da semana passada...Aff!! Aguento nãooooooooo.
Entendo a transitoriedade das coisas, mas me dá uma angustia quando algo acaba... Eu sabia que não faríamos planos, que não seria para sempre, que não iríamos construir nada juntos,mas durou menos do que eu esperava. Assim, nos moldes que instituimos...namoro...foi tão volátil que mal deu tempo de cair a ficha. Estamos aí, nos vemos, ficamos juntos, mas algo muda. Fica faltando a parte teatral que me faz falta. Concordo que é mais simples só combinarmos de nos ver e pronto, sem cobranças, sem chateações porque o outro não falou o que você esperava ou quando esperava. Tenho tendência de querer controlar demais a situação, e se algo não sai como planejei mentalmente, chego a me desesperar. Então, para o meu próprio bem, é salutar que eu continue sem compromisso. Sem compromisso, ouviram? Sem paixão, jamais!

domingo, 14 de março de 2010

E depois de tudo que senti nessa semana, o cheiro da chuva... cheiro é uma lembrança que não se desfaz. Gosto do seu cheiro e nem posso dizer que queria você aqui, agorinha, porque você já está aqui, por todo canto, entranhando em mim.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Por que a vida é assim?

Nem sei se dá vontade de rir ou chorar, mas o fato é que toda vez que sou correta, que não sacaneio a pessoa, só tomo no fundo do reto. E vá eu emporcalhar a história... Ah, o cabra nem do pé larga... sei não, acho que as coisas funcionam melhor no meu papel habitual de mulher infiel. Não me dou por inteira ao rapaz, é verdade, mas pelo menos não me perco toda, não me magoo toda, não fico puta comigo por nem ter atendido um telefona que até um dia atrás era tudo que eu queria... Pro inferno isso de ser certinha, eu vou é arrombar a boca do balão, como sempre fiz. Da próxima vez eu atendo eim! Beijo e me liga.

domingo, 7 de março de 2010

Uma canção para o amor

Uma canção para o amor que nunca deixei de sentir. Uma não, várias, em tons e significados diferentes. Canções para embalar o amor que não me ama, mas que eu continuo amando. E quem sente sou eu, quem vibra sou eu, quem chora sou eu. Então, canções para mim, que sinto, que teimo em sentir, teimo em não virar pedra. Domingo bom. Conversei, pedalei, sorri, senti o vento, senti paixão, senti saudade, senti.

terça-feira, 2 de março de 2010

"A hora do sim é o descuido do não."


Foi um longo jejum. Tão longo que já nem sabia mais o que era namorar. Ainda não estou sabendo. Foram tantos os nãos que eu dei (e que recebi), para tantos que me quiseram ( e que eu quis), que agora me espanto ao fazer essas concessões nunca antes imaginada. Cancei de racionalizar, de procurar motivos para não querer gostar, para não querer me relacionar. E você veio (ou eu fui buscá-lo) tão leve, tão desarmado, tão cheio de coisas boas para compartilhar, que nem pensei em dizer não. Quando vi já era sim. Sim, eu aceito namorar você. Aceito seus cabelos longos e sua barba ruiva (linda), seu braço todo tatuado (me dá tesão), seus dez anos a menos que eu (adeus preconceito). Aceito seus carinhos, seus elogios, seu querer. Você me faz bem e ainda estou tonta, sem saber como lidar com isso que explode por dentro. Eu estava segura, embalada num coração de pedra e você veio para me mostrar quem eu era; para me dizer, sem palavras, que o agora é um presente, é o que temos de paupável. Você veio para que eu voltasse a sentir paixão, saudade, vontade. Você veio para me fazer rir; para que eu conseguisse dormir abraçada novamente; para me mostrar, do alto, as luzes da cidade; para tomarmos sorvete no pote; para que eu pudesse aprender a não fazer planos. Você veio para derreter a pedra de gelo que havia se formado em torno de mim. E só podia ser você, com seu jeito, seu sorriso, seu olhar.