quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Último post do ano

Fim do ano aí e vejo que consegui cumprir minhas metas. Precisei ser forte, corajosa e passar por louca para afastar de vez o que me fazia mal e priorizar o trabalho e minha filha. Os desejos mudam e nesse ano meu desejo maior era paz interior e foco em mim, no que quero, no que vou fazer para crescer como pessoa, para ser melhor nos sentimentos e atitudes. Se eu desvio o foco de mim, não faço o que deveria fazer. Então, dor sofrida à parte, o bem que isso vai me fazer, valerá a pena. Coragem para se fazer bem não é para todo mundo. Requer renúncia e muita determinação. Que venha 2011, que eu possa aprender mais e mais, que a vida seja generosa comigo e com todos que buscam o melhor. Que os erros que cometi possam ser perdoados. E, principalmente, que eu possa me perdoar por eles. Feliz Ano Novo a todos!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Período de férias escolares e fim de ano me deixam um pouco atordoada, pois saio do meu ritmo. Minha filha viaja, o apartamento fica silencioso, arrumado e vazio. Chego do trabalho e não tenho com quem conversar, não tenho para quem contar meu dia, não tenho ninguém para para me receber com alegria. Deixo de fazer supermercado, de cozinhar e de lavar as roupas. Parece que tudo desanda e ao invés de me sobrar mais tempo, sinto que ele escapa de mim. Passar o Natal sozinha esse ano também não vai ser agradável. Talvez eu chore, talvez eu me sinta só. Talvez eu apenas durma e acorde bem, ouvindo música, cantando a alegria de estar viva, produtiva e amando. O amor que sinto por várias pessoas é o que me fortalece e me dá energia; é o que me tranquiliza nos momentos de fragilidade. O ano, mais uma vez, passou rápido. Algumas coisas mudaram, outras permanecem iguais e outras nunca vão mudar. Sinto não estar perto da minha família em mais um Natal, mas é o preço que pago pelas escolhas que fiz. Quem sabe no próximo ano isso não mude? O importante é ter fé. "Fé na vida, fé no homem, fé no que virá".

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Quanto mais o tempo tem passado para mim, mais tenho entendido a sutileza nas mínimas coisas. Emociono-me ao ver o pôr-do-sol, ao sentir o vento, ao olhar para as nuvens. Há beleza em tudo! E meus sonhos e pressentimentos estão cada vez mais precisos. Outro dia sonhei com um namoradinho de adolescência. Ele me fez ficar doente, acamada, quando foi embora. Explico. Ele é argentino e estava em fortaleza de férias. Ele tinha 18 e eu 16 anos. Foi amor à primeira vista. Passamos os dez dias que ele ficou por lá juntos. Amor bonito, inocente. Passeávamos de mãos dadas, saíamos pra lanchar, tomar sorvete, ir à praia. Ele me telefonava do hotel e eu não entendia nada. Começávamos a rir...Só conseguíamos nos entender pessoalmente, pois usávamos muitos gestos. Íamos ao centro da cidade, fazíamos compras e nos divertíamos muito. Vivi um conto de fadas com ele, que culminou no dia da sua partida. Fui levá-lo ao aeroporto e fiquei esperando o avião partir, levando um amor para sempre...sabia que nunca mais iria vê-lo...Ah, achava que já tinha vivido todas as emoções com ele! Nada! sabe o que ele me aprontou? Quando todos já tinham subido no avião e eu esperava só ele decolar, eis que o danado me aparece na escada do avião, lindo, de joelhos, me dando seu coração e chorando. Desabei, chorei por duas semanas seguidas. não queria comer, não queria ir para a escola, não tinha vontade de fazer nada. Perdemos o contato. Naquela época não existia internet, ligação internacional era caríssima e falávamos línguas diferentes. A comunicação era praticamente impossível. O tempo passou, mas nunca esqueci dele, do amor que senti e da dor que me acompanhou por meses. Agora em novembro estava eu lindamente dormindo quando acordei de supetão, bem no meio de um sonho. Sonhava que o havia encontrado no facebook. Dei um pulo da cama e segui meu sonho. Digitei o primeiro e segundo nome dele e coloquei na busca do site de relacionamento. Foi em cheio! Vi a foto de um homem grisalho, com um bebê no colo e com aqueles mesmos olhinhos de outrora...Corri no tradutor e escrevi uma mensagem. Só ele entenderia, só ele...Felicidade total quando no outro dia ele me respondeu. Era ele! E ele ficou tão feliz por eu ter o encontrado! Disse que havia perdido o contato, não sabia meu sobrenome. Sei, desde aquele tempo, que não irei mais vê-lo, mas é tão bom reencontrar parte do nosso passado feliz. Imagino que ele sentiu o mesmo que eu. Toda aquela emoção e dor voltando e ao mesmo tempo toda a serenidade de saber que o que vivemos não ficou perdido. Está vivo, dentro de nós, para ser revisitado sempre que quisermos...