Acho graça de quem vem aqui, lê o que escrevo e toma isso como verdade. Escrevo para confundir. Digo qualquer coisa que as palavras me proporcionem dizer. Brinco, trocando o sentido das ideias. Não vivo o que escrevo. Vivo na minha imaginação. Faço dela um emaranhado com todas as linhas desse novelo. Não tentem me adivinhar. Minto com cara de verdade. E faço a verdade parecer mentira. Manipulo minhas faces e obtenho o olhar que desejo. Ninguém, ninguém me conhece! Até para quem acha que me conhece: eu faço você achar que me conhece.
Agora, para aliviar a ressaca do domingo, uma poesia minha:
O Tempo
O tempo dissolve cheiros, desmancha beijos, distorce imagens
O tempo esvazia o vinho, devolve a lucidez, imobiliza a saudade
O tempo engana os sabores, derrete o desejo, desencanta o sorriso
O tempo amolece a euforia, resseca a lembrança, entorpece a visão
O tempo recolhe as palavras, adormece as mãos, cala a vontade
O tempo desliga o abraço, desengrena a noite, enferruja a certeza
* * *Ou seja, a ressaca também some com o tempo...
Um comentário:
Adorei! A tua cara. Precisa nem DNA. Já te disse que admiro muito a espontaneidade com que escreves. Você poderia pensar: - pena que isso não dá dinheiro. Eu diria: - é verdade!
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