quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Depois de um longo jejum, apenas me atendo em filtrar palavras alheias para colar aqui, eis que retorno. O último mês foi de grande serventia. Observei tudo lentamente ao meu redor. Ruminei coisas ouvidas, gestos, olhares. Voltei ao passado diversas vezes. Não por saudosismo, mas para aproveitar melhor as porradas que levei outrora. Nada melhor que relembrar uma dor para saber como é bom estar assim, livre, intensamente viva para degustar devagar os acontecimentos. E têm sido tantos e bons! Inesperados, fulminates, vorazes. Depois de tempos em prisão domiciliar, queimando as pestanas em apostilas, nada como respirar com um grande e sonoro UFA no final. Mereço essas deliciosas semanas de férias e esquecer toda a chatisse que estava sendo minha vida. É, a responsabilidade de fazer algo por si mesmo cansa demais. Não acabou de todo. A sem fim batalha por um lugar à sombra continua, porém em outra escala. Temporariamente os concursos foram aposentados. Agora o negócio é arrumar um trabalho aí qualquer, enquanto a magnífica porta que tanto anseio não se abre. Será preciso arrombá-la? Não, não! Nesse período vi que sou paciente, muito paciente. Vi outros aspectos, mas por enquanto só vou falar da paciência. Ah! Como é maravilhosamente sulrreal ser balzaquiana! Sua visão de mundo, auto-conhecimento e sentimentos se ampliam. O que era extremamente importante agora não passa de um chiclete gasto e sem gosto. O que não tinha a menor importância passa a ser seu objeto do mais estimoso zelo. Pequenos gestos, poucas palavras. Muitos olhares, muitas risadas. Um dia, e há bem pouco tempo, o sentido era inverso. Um dia e seu modo de ver já não é mais o mesmo. Um dia costumava ser nada. Agora um dia é tudo!

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