terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Quanto mais o tempo tem passado para mim, mais tenho entendido a sutileza nas mínimas coisas. Emociono-me ao ver o pôr-do-sol, ao sentir o vento, ao olhar para as nuvens. Há beleza em tudo! E meus sonhos e pressentimentos estão cada vez mais precisos. Outro dia sonhei com um namoradinho de adolescência. Ele me fez ficar doente, acamada, quando foi embora. Explico. Ele é argentino e estava em fortaleza de férias. Ele tinha 18 e eu 16 anos. Foi amor à primeira vista. Passamos os dez dias que ele ficou por lá juntos. Amor bonito, inocente. Passeávamos de mãos dadas, saíamos pra lanchar, tomar sorvete, ir à praia. Ele me telefonava do hotel e eu não entendia nada. Começávamos a rir...Só conseguíamos nos entender pessoalmente, pois usávamos muitos gestos. Íamos ao centro da cidade, fazíamos compras e nos divertíamos muito. Vivi um conto de fadas com ele, que culminou no dia da sua partida. Fui levá-lo ao aeroporto e fiquei esperando o avião partir, levando um amor para sempre...sabia que nunca mais iria vê-lo...Ah, achava que já tinha vivido todas as emoções com ele! Nada! sabe o que ele me aprontou? Quando todos já tinham subido no avião e eu esperava só ele decolar, eis que o danado me aparece na escada do avião, lindo, de joelhos, me dando seu coração e chorando. Desabei, chorei por duas semanas seguidas. não queria comer, não queria ir para a escola, não tinha vontade de fazer nada. Perdemos o contato. Naquela época não existia internet, ligação internacional era caríssima e falávamos línguas diferentes. A comunicação era praticamente impossível. O tempo passou, mas nunca esqueci dele, do amor que senti e da dor que me acompanhou por meses. Agora em novembro estava eu lindamente dormindo quando acordei de supetão, bem no meio de um sonho. Sonhava que o havia encontrado no facebook. Dei um pulo da cama e segui meu sonho. Digitei o primeiro e segundo nome dele e coloquei na busca do site de relacionamento. Foi em cheio! Vi a foto de um homem grisalho, com um bebê no colo e com aqueles mesmos olhinhos de outrora...Corri no tradutor e escrevi uma mensagem. Só ele entenderia, só ele...Felicidade total quando no outro dia ele me respondeu. Era ele! E ele ficou tão feliz por eu ter o encontrado! Disse que havia perdido o contato, não sabia meu sobrenome. Sei, desde aquele tempo, que não irei mais vê-lo, mas é tão bom reencontrar parte do nosso passado feliz. Imagino que ele sentiu o mesmo que eu. Toda aquela emoção e dor voltando e ao mesmo tempo toda a serenidade de saber que o que vivemos não ficou perdido. Está vivo, dentro de nós, para ser revisitado sempre que quisermos...

2 comentários:

Edione Soares disse...

Que massa Ju...bom saber que amor de verdade sempre resiste...e nos faz seguir em frente felizes. Hoje saí de casa revivendo um passado fixado nas minhas células. O perfume e a música me transportaram para outro tempo...meu corpo inteiro viveu o mesmo sentimento de outrora...muito bom...

Juliana Holanda disse...

É mágico compreender que nada se perde...