sábado, 20 de março de 2010

Sem Ilustração

Eu ia escrever sobre a morte hoje. Sai de casa, de manhã, quase morta, morta de paixão. Andei porque tive que andar, mas não tinha vontade. Nem de andar nem de nada. Eu sentia tudo necrozado por dentro. Morrendo de paixão não correspondida. E morri, morri durante toda essa semana que passou, morri hoje, e não foi só uma vez. Já acordei morrendo. E eis, que, para minha surpresa, termino meu dia, bem aqui, agora, vivendo. Estou vivendo de paixão. E talvez amanhã eu volte a morrer, mas hoje vivo. Agora explodo. E o que é outra coisa, minha vida, senão explosões?

3 comentários:

Chris disse...

a gente nasce e morre todo dia, bom quando é bom, ruim logo que fica ruim, momento de tirar o fôlego, intercalados a outros tantos que deixam a gente com um aperto no coração que mais parece que ele vai parar ou saltar fora. da pra viver sem isso? dificil, mas festejemos quando o sol nascer só pra gente e ser forte quando essa noite triste parecer que nao tem mais fim

beejooos ju :)

Professor Augusto Tavares disse...

Perdoa-me, já não confio em ti.
Cansei de ser um covarde à tua frente.
Dizer que te queria urgente
era mais um vício de minh’alma decadente.
Tua existência já não desconcentra minha atenção.

Arrependo-me dos momentos em que busquei teus beijos.
Sentir-te como um abrigo eterno
foi esquecer o caminho que quis e ainda quero.

Perdoa-me, morte,
por ter planejado a nossa fuga às escondidas
naqueles momentos em que te oferecia a vida.
Hoje prefiro manter-te à distância.
Resistirei ao teu abraço até o último segundo
E no dia do inevitável encontro
Mesmo que não haja um depois...,
além do pó da profecia
ainda irei viver
no coração de quem me amar.

(Augusto Tavares)

Helder Hermani disse...

Gostei.