quarta-feira, 24 de março de 2010

Então sinto como se eu estivesse com todos os meus pedaços soltos por aí. Um para cada lado. Um para cada gente que passou pela minha vida. Vejo-me como bexigas flutuandos no ar, milhares delas. Lembranças e vivências espalhadas...Cada um me vê de um jeito, cada um me trata de um jeito. O que mais fica em mim são as delicadezas experimentadas, geralmente proporcionadas por quem ficou um tantinho de nada ao meu lado. Assim é que lembro de você, toda vez que vou usar a torneira da pia da cozinha. Mais que delicadeza. Atenção, cuidado, disposição para fazer algo por mim. Você, saindo no sol escaldante para encontrar uma torneira nova. Você, que viu a torneira pingando, sem chance de conserto. Não poderia só ter ido embora fingindo que não percebeu o pinga-pinga? E naquele dia estava indo para não mais voltar, e sabíamos disso... Deve ter sido proposital. Você talvez também se sinta como eu... Pedaços por aí...

3 comentários:

Sisa disse...

Um dia ele chegou na minha casa com um fio na mão. "Vou aterrar seu computador, já percebi que você toma choque nele". Achei lindo. Mal sabia eu que depois de muito tempo eu ia colocar tudo que a gente viveu na balança e arrepender da hora que olhei na cara dele a primeira vez...

Chris disse...

Eita, tantas são as lembranças, de uma foto amarelada na estante ou o cheiro de uma comida saborosa, essas coisas acabam fazendo a gente lembrar de bons ou tristes momentos que teimamos em não esquecer e assim como deixamos um pouco da gente nos outros, fica sempre um pouco dos outros na gente tambem. Bom disso, é aproveitar essas relembranças pra pesar os pros e contras da nossa vida e ver o que valeu a pena. :)

Marília disse...

É... os rastros vão ficando, marcas na alma.