terça-feira, 2 de março de 2010

"A hora do sim é o descuido do não."


Foi um longo jejum. Tão longo que já nem sabia mais o que era namorar. Ainda não estou sabendo. Foram tantos os nãos que eu dei (e que recebi), para tantos que me quiseram ( e que eu quis), que agora me espanto ao fazer essas concessões nunca antes imaginada. Cancei de racionalizar, de procurar motivos para não querer gostar, para não querer me relacionar. E você veio (ou eu fui buscá-lo) tão leve, tão desarmado, tão cheio de coisas boas para compartilhar, que nem pensei em dizer não. Quando vi já era sim. Sim, eu aceito namorar você. Aceito seus cabelos longos e sua barba ruiva (linda), seu braço todo tatuado (me dá tesão), seus dez anos a menos que eu (adeus preconceito). Aceito seus carinhos, seus elogios, seu querer. Você me faz bem e ainda estou tonta, sem saber como lidar com isso que explode por dentro. Eu estava segura, embalada num coração de pedra e você veio para me mostrar quem eu era; para me dizer, sem palavras, que o agora é um presente, é o que temos de paupável. Você veio para que eu voltasse a sentir paixão, saudade, vontade. Você veio para me fazer rir; para que eu conseguisse dormir abraçada novamente; para me mostrar, do alto, as luzes da cidade; para tomarmos sorvete no pote; para que eu pudesse aprender a não fazer planos. Você veio para derreter a pedra de gelo que havia se formado em torno de mim. E só podia ser você, com seu jeito, seu sorriso, seu olhar.

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